Lola Contos

Terror em Garanhuns – Parte II


Já haviam passado 10 anos desde que acontecera uma onda de assassinatos. Apesar das perdas, tudo estava normal agora, talvez não!  Outra vez, coisas estranhas estavam à acontecer.
Num momento de intervalo ao ar livre do presídio, exatamente numa tarde ensolarada de julho, com poucas nuvens, acaba sendo interrompida com rostos confusos, pessoas confusas, que por sua vez  encaram pasmas, o seu colega Pedro Cunha (condenado por uma série de assassinatos). Uma bomba amarrada junto a ele, com uma expressão enigmática, sua boca costurada e seus olhos levemente parados. Todos surpreendidos chegaram ao ponto de ter de  tomar qualquer providência cabível / necessária.
       Ao longe, a direção  do presídio, vinha às pressas empenhada em desamarrá-lo, mas há um porém, elas não viram o tempo na bomba relógio… 

Um minuto de silêncio, seguido por um estrondo. Esforços em vão. O incidente trouxe consigo várias vítimas. A temporada de luto voltara a reinar sobre Garanhuns.

        A perita estrangeira, Nathália Doth agora já tinha criado raízes no Brasil. Inclusive, acabara de se casar alguns meses antes do incidente. Casada com um engenheiro elétrico, bem apessoado, de pai desconhecido. Se depara com um novo trabalho.
Como juramento, estava em sua hora de desvendar esse caso polêmico .
Armadilhas.  Imitações baratas dos crimes ocorridos 10 anos antes. O que os peritos encontravam, pareciam pistas falsas. Era como se alguém os quisesse fora do caminho. Mas mais uma vez, a perita se prende aos detalhes nas fotos. Peças – chave surgem.
Por outro lado, o causador da desordem percebe o quão perto a polícia está de pegá-lo. Ele sabe quem é o cérebro da operação e não vai deixar por menos.
26 horas depois, nos jornais e na rádio, o desaparecimento de Nathália é anunciado. Agora sim o pânico se instalara em Garanhuns !
As buscas não param. Na varredura à pente fino, encontram alguns casebres abandonados. E ai, quente ou frio ?
Outras mortes surgem, mas a polícia não descansa.
Movimentação num lugar abandonado. QUENTE ! Depois de muito bater de cabeça, parece que iam pegar dois coelhos com uma cajadada só. Se a teoria de o sequestrador ser o mesmo serial killer estiver correta, é claro .
Os policiais invadem a casa com cautela.
A garota está amarrada e amordaçada num canto da sala, sentada no chão, encostada na parede. Mas espera ai ! É o marido dela vindo da cozinha? É ele mesmo !
Mesmo com a surpresa, ele não se viu impedido de fugir. Pela porta dos fundos, saiu correndo porta a fora, se embrenhando no mato, conseguiu despistar a todos.
A notícia era bombástica ! Os jornais vendiam mais que bala na vendinha. A perita foi afastada do caso por estar envolvida como vítima.
Dias depois, Ricardo Andrade (esposo) é encontrado no mesmo lugar onde o padre Antônio fora executado. Um tiro na boca e uma carta no bolso.
‘ – O meu nome deveria ser Ricardo Andrade Lopez. Mas por causa das regras da sociedade meu pai não pôde me assumir. É, sou filho do padre Antônio Lopez. Queria ter vingado a morte do meu pai antes. Querida, eu queria não ter sido descoberto.
Quando eu soube quem tinha me deixado órfão, não pude me conter. Eu não podia deixar isso pra lá, não era justo !
Nathália, te peço perdão. No começo, me aproximei por interesse. Precisava saber o que acontecia dentro das investigações, era parte do plano. Mas com o tempo, me apeguei a você. Talvez tenha marcado sua carreira, mas não me culpe minha rosa branca! Eu precisava, eu devia isso ao meu pai.
                 Te amo.
Ricardo Andrade Lopez. ‘ .                      Elóra M. Pereira

Terror em Garanhuns

O terror começou discretamente, e foi se propagando aos poucos.
Na rádio, uma notícia chocante.
‘ – Encontrado hoje, pela manhã, o corpo do padre Antônio Lopez . Bianca Rodrigues, é com você !
– Aqui é a repórter Bianca Rodrigues, direto da Catedral. Oficial Lee,quais informações já podem ser ditas publicamente?
– O Padre Antônio foi encontrado na dispensa da Igreja, pendurado com 6 pregos cravados na cabeça. Ainda não temos pistas de quem ou quantos cometeram esse crime.

A cidade de Garanhuns, no interior de Pernambuco, entra em total silêncio e pânico. No local , o calor arrancava gotas de suor dos peritos. A situação deixava à todos um desconforto. Com os nervos a flor da pele.
Pudera! Essas agitações raramente aconteciam no interior. Os pernambucanos estavam alarmados, emocionados, chocados e deprimidos. A cidade estava de luto.
Os dias foram se arrastando, o tempo passando… Nenhuma novidade explodia.
Até que uma multidão foi se formando em volta da caixa d’água da praça principal, viaturas e repórteres chegavam tentando abrir caminho por entre os moradores.

Igualmente pendurado, mas só pelo tronco, o prefeito Roberto Souza foi encontrado esquartejado na praça. Seus membros estavam pendurados nos galhos da árvore. A única pista era uma pegada, tão danificada que não obtiveram sucesso na tentativa de identificar.
Dias… Semanas… Meses… Outros assassinatos horrendos foram aparecendo. As notícias deixavam os cidadãos de todo o país inquietos. As equipes da perícia já estavam reforçadas o quanto podiam. Mas depois do crime duplo, com os gêmeos Matsuda, a última chama de esperança cresce entre a polícia. Uma perita estrangeira, famosa por sua eficiência, é encaminhada ao caso.
Ela junto a equipe, consegue algo em que pensar. Uma peça do quebra – cabeça. Nas fotos de todas as terríveis cenas, perto das vítimas, sempre havia uma pétala de rosa vermelha. É como dizem por ai : ‘ De grão em grão, a galinha enche o papo ‘ .
As pistas foram sendo descobertas aos poucos.
Finalmente o dia em que o país tanto ansiava chegou.
O assassino em série, Pedro Cunha foi pego.
Perante ao juiz, alegou que ‘ só estava limpando a cidade ‘ . Acusou as vítimas de terem estuprado algumas crianças das redondezas.
Depois de mais buscas, a continuação do trabalho árduo da polícia, a história de Pedro foi confirmada.
Sua sentença foi 30 anos em regime fechado, no presídio reforçado da capital.

Elóra M. Pereira

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Michel,

cantando ‘chora me liga’

Nesse meio tempo, muita água passou embaixo da ponte.
Chorei, sorri, corri, dancei, cantei… Senti saudade, disse ‘adeus’ dolorosos algumas vezes …
Vivi num mundo novo, com novos afazeres, me superando todos os dias. Com a ajuda dos meus amigos claro.
Sinto falta deles … mas ainda posso falar e vê-los às vezes.
Mas tem um, muito especial que agora só tenho no meu coração. Uma pessoa muito querida, alegre. Agora um anjo mais que nunca.
Michel, eu agradeço todos os sorrisos que me deu, todas as notas que tocou pra mim. Todas as vezes que chamou meu nome com a tua voz linda, que me abraçou e me transmitiu segurança.
Tenho lembranças boas… te amo pilotinho.

Eclipse

Hoje acontece o último eclipse lunar do ano. Para alguns, seria a noite perfeita para um acampamento romântico. Eu quase estou entre esses.
Ia preferir ver o acontecimento de uma sacada, junto com meu acompanhante, depois de trocas de beijos e idéias. Abraçaria-me a sua cintura, e me encostaria a seu peito para assistir aquele episódio natural tão bonito.
Logo após, uma musica baixinha e nós dois na cozinha, preparando uma coisinha leve pra comer na madrugada. Depois, um banho quente e relaxante; a dois, claro.
É chegada a hora de ir pra cama. A noite está fresquinha e busco o calor no corpo dele. Cubro-nos delicadamente. Entrelaço meus dedos com os dele, fecho os olhos e deixo o adormecer me tocar.
Se me perguntassem como eu definiria a noite perfeita para curtir o último eclipse deste ano tão corrido que foi 2011, eu lhes diria todas as palavras acima, sem tirar nem por.

09/12/11.

Elóra Montelli Pereira

Monólogo 2

Onze horas da manha. Todos estão entretidos em suas fofocas sem fundamento. O professor fala sozinho à frente da turma, provavelmente pensando no quanto ainda falta para o dia acabar.
Lá fora, crianças sem preocupação correm alegres no espaço da liberdade.
Enquanto escrevo, tentando uma distração, minha cabeça viaja a mil lugares diferentes. Ao mesmo tempo, rio do grupinho ao meu lado, de suas besteiras e balelas.
Acabo de me lembrar da natureza. Olho pela janela. O vento está tocando carinhosamente as folhas da árvore que sombreia minha adorável sala.
Silêncio total. Meus pensamentos são tão intensos, que já não ouço as palavras agitadas ou lamuriosas dos que me rodeiam. Mais tarde, minha distração servirá como pérola a outros desatentos que estarão mais dispostos a aprender a lidar com essa pressão escolar.
O domínio da leitura será a nova preocupação, uma vez que, o vestibular está entrando em nossas vidas e, creio que alguns sugarão todas as oportunidades que surgirem.
Adentramos dezembro, e a mente gira apenas em torno das férias. A minha com certeza está entre essas. Só quero aproveitar o máximo que puder. Sem me importar com essa confusão de sentimentos e relações.
Para entrar com energia renovada nessa competição, me direcionarei para dosagem entre prazer, descanso e aprendizagem.

Num sonho

Hoje acordei diferente. Abri os olhos e levei um susto.
Meu quarto estava coberto por flores e arbustos. Não era o telhado seguro que cobria meu quarto, mas um lindo tecido de veludo vermelho. Meu computador,  guarda roupas e o enorme espelho da parede haviam sumido. Duendes estavam sentados no chão, ansiosos com alguma coisa. Mas eu não poderia dizer com o que.
Fui tomar café da manha. Olhei pra minha família. Todos estavam diferentes.
Meu pai usava uma cartola negra. Minha mãe estava ruiva e com uma cabeça enorme. A cozinha era a céu aberto, e meu irmão brincava correndo atrás de borboletas maiores que o normal. Não tínhamos mais o fogão, mas uma fogueira onde minha mãe assava salsichas em graveto.
Tempo depois, olho minha mãe preparar o almoço. Numa armação estranha sobre a mesma fogueira da manha, se encontrava uma panela estranha. Parecia muito com bronze, mas não estava convencida de que fosse. Minha mãe apareceu com pássaros depenados e frutas vermelhas, sobre um carro-bandeja que usava às vezes. Como se tudo estivesse normal, me pediu para pegar mais água no poço. Mas nossa casa nem tinha um! Era tudo tão estranho…
Não posso agüentar, isso deve ser um sonho, preciso lavar meu rosto.
Quando me olho no espelho, me vejo enorme. Alta mesmo, com cabelos longos e loiros. Meu rosto estava coberto por piercings. Resolvi olhar minha roupa. Eu usava um vestido rosa chá com mangas bufantes. Ele ia até o joelho. Nos pés, uma sandália branca, bem simples, porém charmosa. Na minha canela uma tatuagem assustadora de serpente verde. Meu Deus, como isso ta acontecendo?
Continuei vivendo aquele dia estranho, seguindo a risca os pedidos da minha mãe. Dei um passeio pelo nosso quintal, que mais parecia um bosque encantado. Agora chega! Preciso deitar e descansar, esse dia foi cheio de mais para mim. Uma meditação no meu novo quarto deve ajudar. No caminho pros meus aposentos, não vi ninguém, mas não estranhei.
Deitei em minha cama e adormeci. Susto mesmo foi acordar tendo a recém dormido.
Meu quarto estava normal. Bagunçado como todos os dias. Minha televisão estava ligada e a musica ‘Alice’  ainda tocava, depois do término do filme que eu acabara de assistir.

Monólogo 3

A cada poucos segundos uma pontada se choca contra o lado do meu crânio, me fazendo fechar os olhos na torcida de que passe logo.
Ainda tenho sono, a TV não está me despertando como eu havia planejado…
Tanta moleza está me fazendo pensar em coisas tristes. O tédio se tornou uma coisa terrível.. Estou pensando nos meus amigos, queria estar com eles agora. Curtindo e rindo, sem preocupações, ou pensar em algo que não seja suas presenças.
Agora me sinto ainda mais triste… Dei por falta dos abraços deles.
Lá fora parece não estar diferente, o sol machuca as plantas com seu calor intenso. O vento não as acaricia, e poderia jurar, elas torcem por um abraço agora.
Tomei um copo de leite, me sinto bem melhor. Um toque de ansiedade e romantismo começam a se espalhar no meu coração.
Para mim isso é hilário, sempre fui tão seca e fria.. Sem me importar com sentimentos, fossem eles meu ou dos outros.
Os pássaros começaram a cantar, que maravilha! No meu rosto, finalmente um sorriso. Será que vou conseguir me manter com ele até o fim do dia?

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